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Progressista Lee Jae-myung vence eleição da Coreia do Sul em "dia do julgamento" da lei marcial

03/06/2025 09h54

Por Joyce Lee e Ju-min Park

SEUL (Reuters) - O candidato progressista Lee Jae-myung foi eleito presidente da Coria do Sul em uma eleição antecipada nesta terça-feira, seis meses após ter escapado dos cordões militares para votar contra um decreto de lei marcial imposto por seu antecessor, que acabou deposto.

A vitória de Lee deve dar início a uma mudança política na quarta maior economia da Ásia, depois que a reação contra a lei marcial derrubou Yoon Suk Yeol, o conservador que vencera Lee por pouco na eleição de 2022.

Quase 80% dos 44,39 milhões de eleitores elegíveis da Coreia do Sul votaram, a maior participação em uma eleição presidencial no país desde 1997.

Lee chamou as eleições de "dia do julgamento" contra a lei marcial de Yoon e o fracasso do Partido do Poder Popular (PPP) em se distanciar dessa decisão.

Com mais de 99% dos votos contados, Lee, do Partido Democrata, ficou com 49,3% contra 41,3% do candidato do PPP, Kim Moon-soo, de acordo com os dados da Comissão Eleitoral Nacional.

Kim, um moderado, reconheceu a derrota e parabenizou Lee em breves comentários a repórteres.

Há muito tempo Lee era o favorito para vencer, e seus partidários explodiram em aplausos quando as pesquisas de boca de urna realizadas pelas principais emissoras do país mostraram que ele havia derrotado Kim por margem ampla.

Em um breve discurso para os apoiadores reunidos do lado de fora do Parlamento após o fechamento das urnas, Lee disse que cumpriria os deveres do cargo e traria unidade ao país.

"Podemos superar essa dificuldade temporária com a força combinada de nosso povo, que possui grandes capacidades", disse.

Ele também prometeu reavivar a economia e buscar a paz com a Coreia do Norte, que possui armas nucleares, por meio do diálogo e da força.

O decreto da lei marcial e os seis meses de turbulência que se seguiram, que viram três presidentes interinos diferentes e vários julgamentos de insurreição criminosa contra Yoon e várias autoridades importantes, marcaram uma autodestruição política impressionante para o ex-líder e entregaram efetivamente a Presidência ao seu principal rival.

Yoon sofreu impeachment pelo Parlamento liderado por Lee e, em seguida, foi destituído do cargo pelo Tribunal Constitucional em abril, menos de três anos após o início de seu mandato de cinco anos, desencadeando a eleição antecipada que agora refaz a liderança política do país e as políticas externas de um importante aliado dos EUA.

Lee acusou o PPP de ter tolerado a tentativa de lei marcial por não ter lutado com mais afinco para impedi-la e até mesmo por ter tentado salvar a Presidência de Yoon.

Kim era o ministro do Trabalho de Yoon quando o ex-presidente declarou a lei marcial em 3 de dezembro.

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