Bolsonaro depõe à PF nesta tarde sobre atuação de Eduardo nos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depõe nesta tarde na Superintendência da Polícia Federal em Brasília na investigação sobre a atuação de seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos para atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) e tentar prejudicar o andamentos dos processos envolvendo o ex-presidente.
O que aconteceu
A PF marcou o depoimento após Alexandre de Moraes autorizar a abertura da investigação. O ministro do STF deu dez dias para o ex-presidente ser ouvido naquela ocasião. A PGR (Procuradoria-Geral da República) também solicitou outras diligências na investigação. Entre elas, solicitou que sejam preservadas as postagens de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais.
Eduardo Bolsonaro anunciou em março que iria tirar licença do mandato parlamentar e morar nos EUA. Desde então, ele vem tentando articular junto a autoridades americanas medidas que possam atingir Moraes. Recentemente, o governo de Donald Trump anunciou que pretende cassar o visto de quem promova "censura" de cidadãos americanos, iniciativa que foi vista como uma forma de atingir o ministro.
Para a PGR, Eduardo tenta interferir no Judiciário para beneficiar Bolsonaro. Segundo Paulo Gonet, há "evidências" de que o deputado estaria buscando "interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o senhor Jair Bolsonaro e aliados". Bolsonaro é réu em ação penal no STF, apontado como chefe de uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado para mantê-lo na Presidência após sua derrota nas eleições de 2022.
Gonet diz que há indícios de que o parlamentar estaria cometendo crimes. Ele lista obstrução contra investigações, coação no curso do processo e atentado à soberania do Brasil. Moraes é o relator da ação contra Bolsonaro na Corte.
A PGR afirma que Eduardo estaria articulando sanções dos EUA a Moraes para "coagir" o STF. Na petição, Gonet cita declarações dadas pelo deputado à imprensa de que estaria realizando agendas com congressistas americanos e membros da gestão Trump para impor medidas do país contra Moraes, como proibi-lo de realizar transações, abrir contas em bancos e usar o cartão de crédito.