Após prisão, Poze do Rodo diz que é perseguido: 'Têm implicância comigo'
MC Poze do Rodo disse ser alvo de "perseguição" após ser preso na manhã de hoje.
Essa implicância comigo já é de muito tempo. [...] Isso é perseguição, é cara de pau. Não tem prova de nada. MC Poze do Rodo
O que aconteceu
O funkeiro negou ter qualquer envolvimento com o tráfico de drogas. "Você sabe que não [tenho envolvimento] e fica fazendo essas perguntas bobas. Quem [eles] têm que pegar tá lá no morro, não sou eu", disse, em resposta a um repórter.
Poze também reclamou do tratamento recebido durante a prisão. "Só eu que o por isso aqui. Manda fazer isso com filho de desembargador, com quem merece."
Ele foi levado para o presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Ainda não há data prevista para a audiência de custódia.
Poze do Rodo é investigado por apologia ao crime
O MC foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, por policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
Artista é investigado por apologia ao crime e por envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho. De acordo com a Polícia Civil, as investigações apontam que o cantor realizava shows exclusivamente em áreas dominadas pelo CV. A "segurança" desses eventos era garantida pela presença ostensiva de traficantes com armamento de grosso calibre, como fuzis.
A operação tem como base o cumprimento de mandado de prisão temporária expedido pela Justiça, após evidências de que os shows realizados pelo artista são financiados pela organização criminosa Comando Vermelho, contribuindo para o fortalecimento financeiro da facção por meio do aumento do consumo de drogas nas comunidades onde os eventos são realizados. Polícia Civil, por meio de nota enviada a Splash
Um desses eventos foi realizado no dia 19 de maio deste ano, na comunidade da Cidade de Deus, com a presença de diversos traficantes armados. Segundo as investigações, o show ocorreu poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), em uma operação policial na comunidade.
Repertório musical do cantor também está sob investigação, pois as letras fariam apologia ao tráfico de drogas, ao uso ilegal de armas de fogo e incitariam confrontos armados entre facções rivais.
A Polícia Civil reforça que as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas. As investigações continuam para identificar outros envolvidos e os financiadores diretos dos eventos criminosos.
Em nota a Splash, a defesa de Poze do Rodo diz que as acusações "não fazem sentido". "Nosso cliente foi surpreendido com um mandado de busca e apreensão e prisão temporária em sua casa hoje."
Negam-se todas as ilações feitas, posto que não há acusação formal, e que jamais poderia ser feita, já que peças artísticas não podem sequer serem cogitadas para averiguação de letras ou significados permitidos ou proibidos.
O pedido de liberdade do artista será feito até restabelecê-la, e posteriormente se demonstrará que as afirmações da investigação sobre o artista não fazem qualquer sentido.
Polêmicas com a polícia
MC Poze do Rodo acumula problemas com a polícia. O artista, que atuou no tráfico de drogas quando era adolescente, já foi alvo de operação da Polícia Civil, preso em Mato Grosso e teve bens apreendidos.
Já troquei tiro, fui baleado e preso também. E eu pensei: vou querer ficar nessa vida aqui ou viver uma vida tranquila? Então, eu foquei em viver uma vida tranquila, batalhei e hoje em dia eu o isso para a molecada: o crime não leva a lugar nenhum. MC, em outubro de 2024, ao Profissão Repórter (Globo)
Poze e a esposa, Vivi Noronha, também foram alvos da Operação Rifa Limpa, em novembro de 2024. À época, a Polícia Civil cumpriu dez mandados de busca e apreensão contra influenciadores digitais que seriam responsáveis por um esquema ilegal de sorteios de rifas pelas redes sociais.
Na residência do casal foram apreendidos carros de luxo e joias, inclusive as correntes de ouro usadas pelo funkeiro. O artista recuperou os bens em abril.
Ele foi preso em 2019, durante um baile funk na cidade de Sorriso, em Mato Grosso. À época, segundo a polícia, ele foi detido por tráfico de drogas, associação ao tráfico, incitação ao crime, apologia ao crime, corrupção de menores e fornecer bebida alcoólica a menores.
Ele foi contratado para participar do evento. Ele não cometeu nenhum desses fatos, não fez apologia a nenhum crime, não corrompeu menores e, uma vez que não era organizador do evento, não colocou à venda bebida para menores. Jose Estevem Macedo Lima, advogado do MC no caso