Petróleo sobe diante de incerteza sobre acordo Irã-EUA 5d3d5m
Os preços do petróleo subiram nesta segunda-feira (9), em um contexto no qual as negociações sobre o programa nuclear do Irã estão estagnadas e os operadores observam atentamente a nova rodada de conversas entre China e Estados Unidos.
O preço do barril de Brent do Mar do Norte, para entrega em agosto, subiu 0,86%, alcançando 67,04 dólares.
Seu equivalente americano, o barril de West Texas Intermediate (WTI), para entrega em julho, avançou 1,10%, chegando a 65,29 dólares.
"As coisas não estão indo muito bem para os iranianos", comentou à AFP o analista Robert Yawger, da Mizuho USA.
O Irã anunciou nesta segunda-feira que apresentará em breve sua proposta aos Estados Unidos para um acordo sobre seu programa nuclear, após ter criticado a oferta de Washington.
As negociações estão bloqueadas principalmente porque os Estados Unidos exigem que o Irã renuncie totalmente ao enriquecimento de urânio, mas Teerã considera essa exigência inegociável, argumentando que ela contraria o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual é signatário.
"É evidente que será exercida pressão sobre o Irã para que aceite uma solução diplomática", destacou Yawger.
Teerã está entre os dez maiores produtores de petróleo do mundo.
Caso chegue a um acordo com Washington, suas exportações de petróleo seriam facilitadas, mas a estratégia de "pressão máxima" promovida pelo presidente americano, Donald Trump, poderia ser intensificada sobre o setor, caso os dois países paralisem as conversas.
Também há temores quanto à possibilidade de que Israel ataque as instalações nucleares iranianas, o que, segundo Yawger, também impulsionaria uma alta dos preços.
Entretanto, "o otimismo paira sobre o mercado com as negociações comerciais entre Estados Unidos e China", explicou em nota Phil Flynn, do Price Futures Group.
Um mês após seu encontro em Genebra, Estados Unidos e China iniciaram nesta segunda-feira, em Londres, uma nova série de negociações no mais absoluto sigilo, com a esperança de superar suas divergências e prolongar sua frágil trégua comercial.
"Qualquer sinal de progresso (...) dará um pouco de vigor" aos preços, indicou Flynn.
No entanto, alguns analistas estimam que essas negociações serão menos produtivas do que as anteriores, na Suíça, onde as duas maiores economias do mundo acordaram reduzir consideravelmente suas respectivas tarifas por 90 dias.
China e Estados Unidos são os maiores consumidores de petróleo do planeta, por isso os preços do petróleo são particularmente sensíveis à economia desses dois países.
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