Braga Netto pede ao STF que interrogatórios não sejam transmitidos ao vivo

A defesa do general Walter Braga Netto pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que os interrogatórios dele e de outros réus na ação sobre a tentativa de golpe de Estado não tenham transmissão ao vivo pela TV Justiça.
O que aconteceu
Interrogatórios começam na segunda-feira. A defesa de Braga Netto alega que a transmissão ao vivo promove a "espetacularização" do processo.
Advogados do general dizem que a "superexposição" dos interrogatórios pode influenciar emocional e psicologicamente a opinião pública. Eles argumentam que os réus serão alvo de "escrutínio público, em tempo real" e que a medida viola a privacidade e intimidade.
Defesa alega que os depoimentos das testemunhas não foram transmitidos ao vivo pela televisão. Nesse caso, os jornalistas puderam acompanhar as oitivas presencialmente, e todas foram gravadas e disponibilizadas dias depois.
Advogados afirmam que a divulgação pública das audiências não depende da sua transmissão televisiva. "Não se mostra uma medida necessária para garantir a publicidade do feito, ao mesmo tempo em que traz prejuízo ao andamento do ato; servindo, efetivamente, apenas para maximizar a exposição do caso", alegaram.
Não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras, sabendo-se que a inquirição não será objeto apenas dos autos, mas também será alvo de escrutínio público, em tempo real.
E não há como negar os prejuízos que decorrem da superexposição do interrogatório, que será gerada com a transmissão ao vivo pela TV Justiça. Mesmo porque não há como negar que o ato será retransmitido pelos grandes veículos de mídia do país, diante da inegável comoção que o presente caso gera. Defesa de Braga Netto, em petição ao STF