Cuba emite advertência verbal a principal diplomata dos EUA em Havana por "conduta desrespeitosa
Por Dave Sherwood
HAVANA (Reuters) - O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse nesta sexta-feira que emitiu uma advertência verbal ao principal diplomata dos EUA em Havana, reclamando de comportamento que considerou "intervencionista", na mais recente escalada em meio às crescentes tensões entre os inimigos de longa data.
Cuba disse que o chefe da missão dos EUA, Mike Hammer, havia incitado "cidadãos cubanos a cometer atos criminosos graves, atacar a ordem constitucional ou incentivá-los a agir contra as autoridades", afirmando que suas ações violam normas da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
"A imunidade de que ele goza como representante de seu país não pode ser usada para encobrir atos contrários à soberania e à ordem interna do país para o qual ele é credenciado, neste caso, Cuba", disse a declaração.
Hammer, um diplomata norte-americano de carreira que chegou a Cuba há seis meses, viajou pela ilha para se reunir com dissidentes políticos, provocando a ira do governo cubano, que o acusa de tentar fomentar a agitação.
O Departamento de Estado dos EUA defendeu as atividades de Hammer.
"O chefe da missão, Mike Hammer, e a Embaixada dos EUA representam orgulhosamente o presidente Trump ao implementar uma política externa America First e buscar a responsabilização do regime cubano por sua influência maligna nas Américas", disse uma autoridade do Departamento de Estado.
"Continuaremos a nos reunir com patriotas cubanos, líderes religiosos e aqueles que lutam pelas liberdades dos cubanos", acrescentou a autoridade.
As crescentes tensões têm como pano de fundo pior crise econômica em décadas em Cuba, difícil situação que o governo cubano atribui ao embargo norte-americano da época da Guerra Fria -- uma rede de restrições que impede transações financeiras, o comércio, o turismo e a importação de combustível.
A decisão de Cuba de repreender formalmente Hammer ocorre poucos dias após o diplomata afirmar em uma coletiva de imprensa em Miami que o governo Trump prepara novas sanções contra a nação comunista.
Cuba tem repetidamente criticado Hammer ao longo dos meses, mas não impediu suas viagens pela ilha.
(Reportagem de Dave Sherwood)