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Bolsonaro 'nunca' tentou dar um golpe de Estado, diz Tarcísio ao STF

30/05/2025 13h38

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) "nunca" cogitou a possibilidade de dar um golpe de Estado para reverter sua derrota eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta sexta-feira (30) o governador de São Paulo e ex-ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O Supremo Tribunal Federal (STF) está na segunda semana de audiências de depoimentos-chave no julgamento de golpe de Estado contra Bolsonaro, acusado de tentar tramar sua permanência no poder apesar da derrota para Lula em outubro de 2022. 

Bolsonaro (2019-2022) enfrenta penas de aproximadamente 40 anos de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado, entre outros. 

Convocado pela defesa do ex-presidente, Tarcísio negou que Bolsonaro tivesse intenções golpistas. 

"Nesse período que eu estive presente com o presidente nessa reta final, novembro, dezembro, nas visitas que eu fiz, de várias conversas, jamais tocou nesse assunto, jamais mencionou qualquer tentativa de ruptura" constitucional, afirmou. 

Tarcísio, que deixou o governo no início de 2022 para concorrer ao governo de São Paulo, disse que Bolsonaro estava desanimado e com problemas de saúde após sua derrota eleitoral em outubro daquele ano. 

"Eu encontrei o presidente que estava triste, resignado", disse ele, relembrando os encontros que teve com Bolsonaro em novembro e dezembro de 2022. 

Tarcísio é um forte candidato a possível sucessor de Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

Em outro depoimento da defesa nesta sexta-feira, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) também rejeitou as acusações contra Bolsonaro, de quem foi ministro da Casa Civil, e afirmou que o ex-presidente "em hipótese nenhuma" demonstrou intenções golpistas. 

O STF ouviu cerca de 50 testemunhas, incluindo membros de alto escalão das Forças Armadas, ex-ministros, policiais e agentes de inteligência. 

As audiências são presididas pelo ministro do caso, Alexandre de Moraes, considerado inimigo político do bolsonarismo.

Em um dos depoimentos mais importantes, o ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, confirmou na semana ada ter participado de uma reunião com Bolsonaro em dezembro de 2022, onde foi discutida a possível implementação de medidas excepcionais, como "estado de defesa ou sítio", para refutar os resultados das eleições e justificar a intervenção militar. 

As audiências serão encerradas na segunda-feira e Bolsonaro e os outros sete réus prestarão depoimento na próxima fase. A previsão é de que o julgamento seja concluído nos próximos meses.

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© Agence -Presse

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