Senador que fez Marina abandonar sessão já disse que queria enforcá-la

O senador Plínio Valério (PSDB-AM), que fez a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, abandonar uma sessão na Comissão de Infraestrutura do Senado hoje, já disse antes que gostaria de enforcá-la.
O que aconteceu
Marina se levantou e foi embora após Plínio Valério dizer que a ministra não merecia respeito. "Olhando para a senhora, estou falando com a ministra, e não com uma mulher", começou. "Eu sou as duas coisas", respondeu Marina. "A mulher merece respeito, a ministra, não", rebateu ele.
"Ou ele me pede desculpa ou eu vou me retirar", condicionou Marina. Plínio Valério quis continuar a discussão, então ela recolheu seus papéis e foi embora. A sessão foi encerrada logo em seguida.
Esse não foi o primeiro embate entre os dois. Em março deste ano, Valério disse em evento que queria enforcar a ministra. "A Marina esteve na I das ONGs: seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la", falou.
Na ocasião, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) deu bronca em Valério, e deputadas entraram com representação contra o senador no Conselho de Ética. Mesmo assim, Valério disse que não se arrependia da fala. "Se você perguntar: 'Você faria de novo?' Não. Mas se me arrependo? Não. Foi uma brincadeira", disse.
Marina não achou graça. Em entrevista, ela disse que só "quem faz ameaça à vida dos outros de brincadeira e ri são os psicopatas".
Ela lembrou do episódio durante a discussão de hoje. "O senador já disse que sente vontade de me enforcar", falou. "Eu não vou pedir desculpas. A senhora está acreditando quando disse que eu sou psicopata? Está com medo de mim?", respondeu ele.
Briga encerrou três horas de discussão acalorada. Marina foi chamada à comissão para discutir a criação de unidades de preservação marinha na costa de estados amazônicos, projeto que foi criticado inclusive por senadores do PSD, partido da base do governo.