ONU diz que é preciso mais alimentos em Gaza; saques prejudicam as entregas
Por Nidal al-Mughrabi e James Mackenzie
CAIRO/JERUSALÉM (Reuters) - Ataques aéreos israelenses mataram pelo menos seis palestinos que protegiam caminhões de ajuda contra saqueadores, disseram autoridades do Hamas na sexta-feira, enquanto o chefe das Nações Unidas alertou que apenas uma "colher de chá" de ajuda estava entrando após bloqueio de 11 semanas de Israel.
Os militares israelenses disseram que 107 caminhões transportando farinha e outros alimentos, bem como suprimentos médicos, entraram na Faixa de Gaza pelo ponto de agem de Kerem Shalom na quinta-feira, totalizando 305 desde segunda-feira, quando o bloqueio foi flexibilizado.
Mas o fornecimento de suprimentos para as pessoas que se abrigam em barracas e outras acomodações improvisadas tem sido irregular e as autoridades da ONU dizem que são necessários pelo menos 500 a 600 caminhões de ajuda por dia.
Até o momento, segundo uma rede de grupos de ajuda palestinos, 119 caminhões de ajuda aram pelo ponto de agem de Kerem Shalom e entraram em Gaza desde que Israel flexibilizou seu bloqueio na segunda-feira, diante de um clamor internacional.
Apesar da flexibilização do bloqueio, a distribuição foi prejudicada por saques realizados por grupos de homens, alguns deles armados, perto da cidade de Khan Younis, informou a rede que representa grupos de ajuda palestinos.
"Eles roubaram alimentos destinados a crianças e famílias que sofrem de fome severa", disse a rede em um comunicado, que também condenou os ataques aéreos israelenses contra as equipes de segurança que protegem os caminhões.
O Programa Mundial de Alimentos da ONU disse que 15 caminhões que transportavam farinha para padarias apoiadas pelo PMA foram saqueados, o que, segundo ele, reflete as condições terríveis enfrentadas pelos habitantes de Gaza.
"A fome, o desespero e a ansiedade sobre a chegada de mais ajuda alimentar estão contribuindo para o aumento da insegurança", afirmou programa em um comunicado.