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Marquinhos projeta um PSG na seleção de Ancelotti: 'As coisas podem mudar'

Marquinhos, zagueiro da seleção, em coletiva - Reprodução/CBF
Marquinhos, zagueiro da seleção, em coletiva Imagem: Reprodução/CBF
do UOL

Do UOL, em São Paulo

03/06/2025 10h49

Marquinhos ainda se recupera da rouquidão por tanto comemorar o título mais desejado no Paris Saint-Germain. A conquista da Liga dos Campeões vira combustível e até um exemplo para uma guinada rápida na seleção brasileira — sobretudo com a chegada de Carlo Ancelotti.

A maior parte do ciclo já foi, a Copa do Mundo 2026 é logo ali, mas o zagueiro e um dos líderes do Brasil usa a referência do próprio clube para projetar evolução na seleção.

"As expectativas e ambição são as melhores possíveis. Mostrou sua força, o que pode fazer no futebol, sua inteligência. Foi isso que a seleção buscou. Um ano para a Copa do Mundo, eu no PSG vi que as coisas podem mudar, dinâmica, energia, tudo muito rápido. Espero que isso ocorra aqui também. Tive pouco contato, ontem à noite e hoje de manhã, me ou uma imagem clara do plano de jogo. Com essa experiência a adaptação será rápida, vai entender rapidamente o posicionamento, todos os tipos e estilos que ele teve na mão. É muito importante para um treinador de seleção que tem pouco tempo e precisa linkar muitos jogadores em pouco tempo. Temos um treinador muito apropriado. Vamos reverter o momento que a gente vive", disse Marquinhos, hoje, em coletiva no CT do Corinthians.

É o caso de abrir mão de astros para focar no coletivo? "Essa pergunta é relevante. Quando se ganha um título, vem reflexão. Mas todos conhecendo quem o PSG tinha, os que a seleção tinha, são jogadores abertos ao coletivo e ao time. Não simplesmente pelo nome, por serem estrela, eles fazem para o time. Tem treinador que prefere estilo, filosofia diferente, um encaixa mais ou menos. Vemos o Luis Enrique falando pós-Champions que gostaria de ter o Mbappé que saiu. São escolhas dos jogadores, acabou saindo e teve que trabalhar com o que tinha. Nosso treinador na seleção terá que fazer o mesmo, saber quem tem na mão, entender a qualidade e colocar todo o valor em prol do time primeiramente.

Mobilização. "O futebol é tão competitivo, tão de alto nível, tão dinâmico nos mínimos detalhes para ser campeão do mundo ou da Champions. O PSG demonstrou isso, todos se doaram ao máximo em campo. Apesar dos resultados, os jogadores se doam, foi sempre assim aqui. O resultado pode não acontecer, mas todos se doam. Basta tudo isso ornar dentro da ideia, filosofia, do técnico deixar claro o que quer de pressão, bloco mais médio ou não, todos tendo esse objetivo em prol da qualidade. Aí a individualidade vai sair fácil".

O que mais Marquinhos disse

Reconstrução

"São todos os aspectos. Falando de time forte, apto a buscar grandes coisas, o grupo precisa estar forte e preparado. Foi assim que nos preparamos para a Champions League e precisa ser assim na seleção. Nós jogadores, treinador, todos em prol da seleção. A reconstrução tem que buscar evolução, melhorar sempre. Ainda mais em resultados abaixo do que se espera. É uma evolução constante, estar pronto para tudo dentro do jogo. O time começa perdendo, dificuldade vem, e tem que estar bem mentalmente, com ideia tática clara. Tranquilo e equilibrado para ganhar um jogo onde começa perdendo. Tem que buscar a evolução no plano tático, de resultados, mental, extracampo. Tudo isso é importante".

Ajustes

"Não tive algo particular assim com ele. Temos que ter esse ambiente confortável, os jogadores tranquilos para chegar, jogadores novos, fazer um excelente trabalho. E também é importante ter essa ideia clara do que ele vai querer para a gente, da filosofia de jogo, o que vai pedir. É isso que ele vem fazendo. Tive apenas uma reunião, deu para ver o que faremos e com o ar dos treinos e jogos vamos entender, corrigir. Conhecer os jogadores, saber o que ele tem na mão e como pode usufruir dos jogadores. Sabendo o que tem na mão, com um ambiente bom assim, vai ter muita tranquilidade para colocar o trabalho tático em prática. Com a experiência dele vamos melhorando a cada treino, jogo, até chegar ao patamar que queremos nas Eliminatórias, Copa do Mundo, Copa América depois. Esse será o objetivo. Entender o grupo, evoluir taticamente nos treinos e jogos".

Importância dos líderes

"Seleção é isso. Quem está bem tem que ajudar, personalidade, experiência. Esse é o papel do nosso treinador. Pegar todos os jogadores que estão bem e formar um grande time, um grande elenco. A seleção está muito bem amparada quanto a isso. Jogadores em grandes ligas, no Brasil também. O que ele quiser vai ter na mão e vai saber usar bem. Independentemente de idade, o futebol, modernidade, Brasil, tudo começa mais cedo. Jogadores de 18 anos, vejo isso no meu clube. Foi fomentada a reformulação e às vezes queimamos etapas numa transição que poderia ser mais tranquila. É ter sabedoria nesse momento. Se o jogador está bem e merece, por que não? Futebol não tem regra, convocar atletas mais velhos e ser campeão, mais jovens e ser campeão. Fomos campeões na Champions com um dos times mais novos, outros times ganharam com atletas de 38, 39, 40 anos. É a mágica do futebol. Basta ter sabedoria, jogadores estão bem com 40 merecem chance se estão bem, assim como se os de 18 tiverem essa personalidade".

Capitão

"Não falamos da braçadeira ainda, todos que estão aptos querem e a seleção estará bem servida. O grupo é bom, parceiro, nos ajudamos muito independentemente da braçadeira. Resolver também coisas de papel, reunião, além do futebol. Independentemente de quem for o capitão, estaremos bem servidos".

Distanciamento para o torcedor x chegada do Ancelotti

"É muito importante, dá para ver aqui já. Com a chegada do Ancelotti traz essa energia de princípio, algo novo que chega. É um curto prazo até a Copa, essa energia é muito importante. É apenas um start, vai depender muito do desempenho dentro de campo. Tenho experiência no futebol para dizer que fica tudo mais fácil quando estivermos bem em campo, torcida, imprensa, flui melhor. Esse start chegando na seleção, essa energia, essa esperança de volta em momento difícil que a gente vivia. Basta fazer um bom trabalho dentro de campo agora".

Expectativa pelo Ancelotti e pouco tempo de treino - lucidez do torcedor e da imprensa

"A gente quer esse resultado imediato também. Esperamos que seja desse jeito, mas não temos controle de algumas coisas. Nosso primeiro objetivo é a classificação, é o que buscamos agora. E com isso vamos fazer um grande jogo já nessa partida, mostrando nova filosofia, o que ele quer por em prática. Entender tudo que ele quer. Pedimos para que todos tenham tranquilidade, paciência, que confiem muito na nossa experiência, no que é o nosso treinador. Ele vai trazer resultados, sim, e esperamos que seja no próximo jogo. Se não for, pedimos paciência pois vai dar certo. Nosso real objetivo é classificar para a Copa, crescer, ganhar corpo, e chegar bem na Copa depois da classificação. Lutar por títulos, lutamos sempre na ponta aqui na seleção, independentemente do momento. Sempre teremos a maior das ambições".

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