BCE reduz novamente suas taxas devido a incertezas
O Banco Central Europeu (BCE) reduziu suas taxas de juros pela oitava vez em um ano nesta quinta-feira (5), em meio às ameaças tarifárias de Donald Trump e seu impacto na inflação e no crescimento.
A taxa de depósito, referência do BCE para sua política monetária, caiu para 2,0%.
Esta redução ocorre em um momento em que "a inflação está perto da meta do BCE" de 2%, informou a instituição.
A preocupação se voltou para a persistente fragilidade da atividade econômica nos 20 países da zona do euro, onde a baixa demanda pode ter efeitos deflacionários.
"A incerteza em torno das políticas comerciais" desacelerará o investimento e as exportações a curto prazo, mas o aumento do investimento público e um mercado de trabalho forte sustentarão o crescimento e o consumo, "tornando a economia mais resiliente aos impactos globais", explicou o BCE.
A principal ameaça vem dos Estados Unidos, onde o presidente americano, Donald Trump, busca um superávit comercial com a Europa e mantém a incerteza sobre a magnitude do impacto de suas medidas.
Seu prazo para impor tarifas de 50% sobre produtos europeus expira em 9 de julho. Na quarta-feira, Washington já aplicou este índice sobre exportações de aço e alumínio da Europa.
"Devido ao atual contexto de incerteza excepcional", o BCE pretende responder com base em "dados", "reunião por reunião", afirmou em comunicado.
Os dados coletados desde sua última reunião, em abril, justificam as decisões anunciadas nesta quinta-feira: a inflação caiu para 1,9% em maio na zona do euro, abaixo da meta de 2% em uma clara desaceleração.
O BCE também revisou para 2,0% sua previsão de inflação para 2025, abaixo dos 2,3% estimados, e para 1,6% em 2026, devido à queda dos preços da energia e à valorização do euro.
O PIB da zona do euro deve aumentar 0,9% em 2025, segundo as estimativas de março, mas apenas 1,1% no próximo ano, abaixo dos 1,2% previstos anteriormente.
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