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Panamá inicia plano para evitar poluição por mina canadense fechada em 2023

30/05/2025 13h31

O governo do Panamá anunciou, nesta sexta-feira (30), que iniciou um plano para evitar danos ambientais pelo material acumulado em uma mina canadense de cobre, suspensa em 2023 após fortes protestos, sem reativar as operações.

O plano de manutenção será realizado enquanto o governo panamenho analisa a possibilidade de reabrir essa mina da filial local da companhia canadense First Quantum Minerals (FQM), apesar da existência de uma moratória de mineração. 

"É uma medida técnica necessária que se aplica quando uma mina suspende suas operações ou encerra. Seu propósito é evitar, sobretudo, danos ambientais", disse o ministro de Comércio e Indústrias, Julio Moltó, em coletiva de imprensa.

"Esta decisão (...) não implica a reativação da mina", esclareceu o funcionário, que indicou que os trabalhos serão pagos pela empresa e supervisionados por 10 instituições públicas panamenhas.

Em um comunicado, a First Quantum Minerals garantiu que financiará o trabalho "mediante a exportação de 121.000 toneladas métricas secas de concentrado de cobre, atualmente armazenadas no local". 

No entanto, a ambientalista Raisa Banfield rejeitou a ideia porque a empresa "não pode istrar a mina", após a anulação do contrato de concessão pela Justiça panamenha em 2023.

Segundo ela, é necessário haver "uma auditoria ambiental e financeira externa" para "estabelecer o plano de fechamento definitivo", acrescentou Banfield em sua conta no X. 

A mina, que começou a operar em 2019, produzia a cada ano cerca de 300 mil toneladas de concentrado de cobre que representavam 75% das exportações e 5% do Produtor Interior Bruto (PIB) do Panamá. Além disso, empregava cerca de 37 mil trabalhadores de forma direta e indireta.

No entanto, a maior mina de cobre a céu aberto da América Central, localizada no Caribe panamenho, foi fechada em novembro de 2023 quando a Suprema Corte declarou "inconstitucional" o contrato de concessão em meio a protestos anti-mineração que semi-paralisaram o país.

"Ao parar repentinamente, as operações deixaram atividades pendentes, muito material sensível armazenado e uma operação industrial que precisa de manutenção, supervisão e controle, sobretudo ambiental", explicou Moltó.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, manifestou que o governo iniciou contatos para uma eventual reabertura da mina, apesar de uma moratória que proíbe novas concessões de mineração metálica vigente desde 2023.

"Essa mina é do Panamá (...) e Panamá a explorará", disse Mulino há um mês sem dar mais detalhes.

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© Agence -Presse

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