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EUA e Rússia discutem em público enquanto guerra na Ucrânia se intensifica

28/05/2025 09h19

Por Guy Faulconbridge e Max Hunder

MOSCOU/KIEV (Reuters) - Estados Unidos e Rússia discutiram em público na quarta-feira sobre a intensificação da guerra na Ucrânia, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, alertou que o presidente Vladimir Putin está "brincando com fogo" e Moscou reuniu 50.000 soldados perto de uma região ucraniana.

Enquanto os líderes mundiais discutem sobre as perspectivas de paz, o conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial está se intensificando rapidamente: séries de drones estão sendo lançados por ambos os lados, e a Rússia está avançando em pontos-chave ao longo do front.

Trump, em uma publicação no Truth Social, disse que Putin está brincando com fogo e advertiu que coisas "REALMENTE RUINS" já teriam acontecido com a Rússia se não fosse pelo próprio Trump.

"O que Vladimir Putin não percebe é que, se não fosse por mim, muitas coisas realmente ruins já teriam acontecido na Rússia, e eu quero dizer REALMENTE RUINS. Ele está brincando com fogo", disse Trump no post de terça-feira.

O assessor de política externa de Putin, Yuri Ushakov, afirmou a um repórter da TV estatal que o comentário de Trump sugere que ele não está bem informado sobre as realidades da guerra.

"Trump não está suficientemente informado sobre o que realmente está acontecendo no contexto do confronto entre a Ucrânia e a Rússia", declarou Ushakov.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que está claro que o governo Trump está fazendo "esforços consideráveis para um acordo pacífico" e que a Rússia estava "grata pelos esforços de mediação do presidente Trump pessoalmente".

"Assim como os Estados Unidos, a Rússia tem seus próprios interesses nacionais, que estão acima de tudo para nós, e estão acima de tudo para nosso presidente", afirmou Peskov.

Depois de falar com Trump em 19 de maio por mais de duas horas, Putin disse que havia concordado em trabalhar com a Ucrânia em um memorando que definiria os contornos de um acordo de paz, incluindo o momento de um cessar-fogo.

A Rússia, disse Peskov, está se preparando para a próxima rodada de negociações com a Ucrânia e para continuar os contatos com os Estados Unidos.

GUERRA ESQUENTANDO

Com Trump e o Kremlin trocando farpas, a guerra se intensificou.

A Rússia disse que havia derrubado 296 drones ucranianos em 13 regiões durante a noite, enquanto a Ucrânia afirmou que a Rússia lançou 88 drones e cinco mísseis balísticos.

Depois que a Rússia expulsou as forças ucranianas da região de Kursk, as forças de Moscou atravessaram a fronteira para a região vizinha de Sumy, no nordeste da Ucrânia, e tomaram vários vilarejos.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que a Rússia reuniu 50.000 soldados perto da região de Sumy, mas acrescentou que Kiev tomou medidas para impedir que Moscou realizasse uma ofensiva em larga escala na região.

Putin tem dito repetidamente que deseja uma "zona de proteção" ao longo da fronteira da Rússia com a Ucrânia.

O presidente russo ordenou a entrada de dezenas de milhares de soldados na Ucrânia em fevereiro de 2022, após oito anos de combates no leste da Ucrânia entre separatistas apoiados pela Rússia e tropas ucranianas.

Atualmente, a Rússia controla pouco menos de um quinto da Ucrânia. Embora os avanços russos tenham se acelerado no último ano, a guerra está custando caro tanto para a Rússia quanto para a Ucrânia em termos de baixas e gastos militares.

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