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Síria celebra suspensão formal das sanções americanas

24/05/2025 08h48

O governo da Síria celebrou neste sábado (24) a suspensão formal das sanções americanas contra o país, que enfrenta uma grave crise econômica após mais de 13 anos de guerra civil.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou durante uma visita a Riade, em 13 de maio, a suspensão das sanções para dar uma "oportunidade" às novas autoridades de Damasco, que chegaram ao poder depois que derrubaram o regime do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro.

Um dia depois, Trump se reuniu com o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, que estava à frente da coalizão de grupos rebeldes islâmicos radicais que derrubou o governo de Assad.

"A República Árabe Síria recebe com satisfação a decisão do governo americano de suspender as sanções impostas à Síria e a seu povo durante muitos anos", afirmou o Ministério das Relações Exteriores.

"Isto representa um o positivo na direção correta para reduzir o sofrimento nos aspectos econômicos e humanitários", acrescentou.

A Síria foi governada pelo clã Assad durante décadas e, desde 1979, enfrentava sanções internacionais. Após a repressão violenta exercida pelo governo de Bashar al-Assad contra as manifestações pró-democracia de 2011, que resultou em uma guerra civil, as medidas punitivas foram reforçadas.

As sanções constituem o principal obstáculo para que a economia síria recupere impulso. Analistas esperam que sua eliminação permita o retorno dos investimentos a um país devastado pela guerra e que precisa de recursos para a reconstrução.

Para o ministro das Finanças do país, Mohammed Barnieh, a suspensão das sanções ajudará a reconstruir e modernizar as infraestruturas, e "abrirá o caminho para o retorno dos investimentos".

Na sexta-feira, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, anunciou que o departamento que ele comanda e o Departamento de Estado estão "implementando autorizações para fomentar novos investimentos na Síria".

Bessent explicou, no entanto, que o alívio das sanções foi determinado com a condição de que o país não forneça refúgio a organizações terroristas e garanta a segurança das minorias religiosas e étnicas.

O Departamento de Estado emitiu simultaneamente uma isenção que permite a participação de parceiros e aliados estrangeiros na reconstrução da Síria. A autorização abrange os novos investimentos no país, a prestação de serviços financeiros e as transações com produtos petrolíferos sírios.

Também permite negócios com o novo governo sírio e com algumas entidades que estavam bloqueadas. Segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio, a isenção será válida durante 180 dias.

A guerra na Síria deixou mais de meio milhão de mortos, obrigou milhões de pessoas a abandonar o país e destruiu suas infraestruturas.

Após se reunir no sábado com o chanceler sírio, Asaad al Shaibani, em Damasco, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, pediu "um apoio firme e contínuo" ao país "por parte da comunidade internacional e dos atores regionais".

Em 20 de maio, a União Europeia anunciou a suspensão de todas as sanções econômicas contra a Síria instauradas durante o mandato de Assad.

A eliminação das sanções envolve, em particular, o sistema bancário sírio, que tinha o o vetado ao mercado internacional de capitais. Também prevê o desbloqueio dos ativos do banco central sírio.

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© Agence -Presse

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