Rússia apresentará minuta de acordo de paz após troca de prisioneiros, diz Lavrov
MOSCOU (Reuters) - A Rússia estará pronta para entregar à Ucrânia um rascunho de documento delineando as condições para um acordo de paz de longo prazo, uma vez que a troca de prisioneiros em andamento seja concluída, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta sexta-feira.
Em declarações no site de seu ministério, Lavrov afirmou que a Rússia está comprometida com a busca de uma solução pacífica para a guerra de mais de três anos que opõe Moscou a Kiev.
Ele também acusou a Ucrânia de lançar ondas de ataques de drones durante vários dias contra alvos russos que causaram vítimas e interromperam o tráfego aéreo. O ministro sugeriu que países europeus teriam incentivado Kiev a lançar os ataques para minar os esforços de paz liderados pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
A Rússia e a Ucrânia libertaram 390 prisioneiros nesta sexta-feira e disseram que libertariam mais nos próximos dias, iniciativa acordada em conversas entre autoridades russas e ucranianas na Turquia na semana ada.
"Continuamos comprometidos com um acordo de paz. Estamos sempre abertos a conversações... e gostaria de enfatizar que estamos comprometidos com os acordos que foram alcançados recentemente em Istambul", declarou Lavrov.
"Estamos trabalhando ativamente na segunda parte dos acordos, que exigem a preparação, por cada lado, de um documento preliminar que estabeleça as condições para a obtenção de um consenso confiável e de longo prazo sobre um acordo."
"Assim que a troca de prisioneiros de guerra for concluída, estaremos prontos para entregar ao lado ucraniano uma minuta de tal documento, que o lado russo está concluindo agora."
Lavrov avaliou que o aumento dos ataques de drones ucranianos -- cerca de 800 enviados contra alvos russos nos últimos três dias -- foi "uma consequência direta" do apoio de países da União Europeia, cujos líderes visitaram Kiev nos últimos dias, à Ucrânia.
"Temos certeza de que eles serão responsabilizados por sua parcela de responsabilidade por esses crimes", disse Lavrov, referindo-se aos países europeus.
"Isso é claramente uma tentativa de interromper as negociações de paz e minar o progresso feito em Istambul após os acordos entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos... Continuaremos esse trabalho, independentemente das provocações que possam ocorrer."
O ministério de Lavrov havia anteriormente prometido responder aos ataques.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse a jornalistas que Kiev aguarda as propostas da Rússia sobre a forma de conversações, um cessar-fogo e uma reunião entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy e o líder do Kremlin, Vladimir Putin.
Sybiha teria dito, segundo a mídia ucraniana, que Kiev seria a favor de expandir essa reunião para incluir o presidente dos EUA, Donald Trump.
"Acreditamos que essa reunião poderia ocorrer em um formato ampliado", disse Sybiha. "Gostaríamos muito que o presidente Trump fosse incluído."
(Reportagem da Reuters)