Dólar sobe e bolsa cai com espera por dados econômicos e ata do BC dos EUA

O dólar fechou o dia em alta de 0,89% em meio à espera do mercado financeiro pela ata da última reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, e de dados sobre a dívida pública e o mercado de trabalho nacional. A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ R$ 5,695.

O que aconteceu

Dólar comercial operou em forte alta. O movimento registrado desde as primeiras negociações da moeda norte-americana em relação ao real reverte a redução observada na véspera. A variação positiva foi ampliada até o início da tarde, quando recuou um pouco antes de se estabilizar.

Ontem, a moeda dos EUA recuou 0,53%. A queda fez o dólar fechar o dia negociada a R$ 5,645. A variação negativa foi motivada pela prévia da inflação de maio abaixo das expectativas. O resultado foi considerado determinante para a interrupção do ciclo de alta da taxa Selic.

Já o Ibovespa fechou com desvalorização. A queda de 0,47% interrompeu a sequência de três altas consecutivas do principal índice acionário do Brasil. Ontem, o avanço acima de 1% colocou o indicador acima dos 139 mil pontos.

Ao final do dia de hoje, no entanto, o índice recuou 0,47%. Com a variação negativa, o Ibovespa recuou aos 138.887,81 pontos.

Ações da Azul (AZUL4) desabam. O recuo de 3,74% dos papéis acontece após a companhia aérea entrar com pedido de recuperação judicial nos EUA. A Azul tem dívidas de R$ 35 bilhões.

Incertezas

Variação do dólar e da bolsa reflete incertezas. João Kepler, CEO da Equity Group, classifica a valorização do dólar como resultado da percepção constante de risco sobre o Brasil. "Em um cenário como esse, o investidor adota uma postura mais defensiva, o que pode retardar decisões de expansão e afetar o ritmo de recuperação econômica", avalia ele.

Ata do Fed também aparece no radar. A divulgação do comunicado do Federal Reserve com as justificativas para a manutenção da taxa de juros dos EUA estável na última reunião atrai a atenção do mercado financeiro. O movimento reflete a expectativa de sinalização de eventuais cortes da taxa nas próximas reuniões.

É com esse relatório a gente vai ter mais noções de como estão as expectativas e as estimativas dos dirigentes do Banco Central Americano para a inflação, metas e por aí vai.
Alison Correia, analista da Dom Investimentos